É como diz meu velho... Quem aprende a pensar, sofre. Vê o tanto de coisa errada que existe nesse e mundo, sabe que não tem muito recurso pra mudar isso, e sofre.
No shopping, praça de alimentação cheia como de costume, no fundo uma música: "Admirável Gado Novo". Povo marcado, povo feliz... Interessante que a maioria das pessoas que estão ali não se dão conta de que são o próprio gado... Marcadas pela ignorância, o comodismo, não podendo voar, nem flutuar, presos ao chão, à felicidade, que é a marca, a marca que os grandes capitalistas impõe e todos aceitam...
Melhor dizendo, uma pseudo felicidade, geralmente criada pelo consumo exacerbado, ou então pelo bombardeio de informações, e sem "tempo de reflexão"...
Tá bom, já sei, vão dizer que eu sou hipócrita, porque eu também tava lá, na praça de alimentação, no meio do gado...
Confesso que não é fácil se esquivar das armadilhas, das combinações de luzes, cores e formas que são tão bem calculadas para atrair a atenção, mas a diferença está exatamente em conseguir ver que isso acontece...
Existe uma grande diferença entre liberdade de expressão e liberdade de pensamento. No primeiro caso, por causa do "politicamente correto" que tendemos a praticar, temos sim a liberdade de nos expressar (não estou eu aqui, falando um monte coisas que muita gente acha desnecessária?!), porém não somos livres para pensar. Como diria o sábio Mc Marechal, esquecemos que o "momento de reflexão é tão importante quanto o de aprendizado".
O que você vê além do vidro do ônibus?! Da janela da sua casa?! Da tela da TV?! Se não vê nada, caro leitor, lamento muito, mas você não sabe pensar, não sabe ver além do que as coisas são...
Já disse isso lá em cima, sei que muita gente me acha hipócrita, já deixaram isso bastante claro, mas percebi que não vale a pena dar importância a esse tipo de coisa.
Vou continuar ouvindo meus RAP's sem ter nascido na favela, sem nunca, na verdade ter ido a uma favela. Não é porque não cresci nas ruas, e por que não passei por muitas dificuldades, que eu não entenda o que essas pessoas passaram. Isso não impede que eu entenda as mensagens, que queira fazer a diferença...
E aí, pra finalizar, com mais música, tomo a liberdade de fazer minhas as palavras de um outro ídolo, Projota: "Nos fazem de gado humano. Isso é estranho. Tá na hora da revolta do rebanho."
Vai ficar aí, de maria-vai-com-as-outras?!
Eu não, vô ali fazer a minha parte.
Até a próxima!